calculando como reduzir a conta de luz

Técnicas construtivas para reduzir o consumo de energia

Muito tem se falado em como as crises podem trazer benefícios para a sociedade e que é nos momentos mais difíceis que surgem as maiores inovações. Com a construção civil não poderia ser diferente. Você sabia que foi a partir de uma crise política que as construções começaram a ser incluídas na sustentabilidade?

As primeiras discussões sobre o impacto do consumo de energia em edificações ocorreram após a crise do petróleo em 1973. Durante a guerra do Yom Kippur o preço do petróleo aumentou 400% em um período de 5 meses, de modo que muitas edificações ficassem insustentáveis economicamente e ecologicamente.

Isso porque, desde o final da década de 1950, a tendência arquitetônica era o total environmental control, no qual os arquitetos utilizaram meios artificiais que compensaram a falta de meios naturais, como a luz e a ventilação. Entretanto, essa tendência acabou gerando contas altíssimas de energia elétrica, o que impulsionou o desenvolvimento de novas formas de projetar edificações voltadas para a economia de energia.

Segundo Huw Heywood (2015), no livro “Regras Básicas para uma arquitetura de baixo consumo energético” é possível reduzir significativamente nossa necessidade de energia se resgatarmos a compreensão dos princípios básicos envolvidos nas maneiras para as quais as edificações respondem a seus entornos.

Ou seja, conhecendo o clima, as condições do terreno, a movimentação solar, o formato e os materiais da edificação podemos aproveitar as energias naturais que afetam a edificação, diminuindo a necessidade de meios artificiais para o conforto de uma construção.  No blog de hoje, iremos mostrar algumas técnicas para reduzir o consumo de energia. São elas:

  1.  Energias renováveis
  2. Orientação em relação a posição solar
  3. Estudo da topografia
  4. Ventilação Natural
  5. Escolha da cor
  6. Isolamento térmico

Energias Renováveis

painéis fotovoltaicos

A energia renovável é produzida aproveitando os recursos naturais, sem a necessidade de queima de combustíveis fósseis. A energia solar pode ser utilizada para aquecer a água, o ar e também para criar eletricidade, enquanto que a eólica e a hídrica são utilizadas para fornecer eletricidade. Um exemplo é a instalação de placas solares para aquecimento da água que apesar de apresentar um custo inicial alto, o retorno do investimento pode ocorrer em apenas 2 anos. Já as placas solares fotovoltaicas podem apresentar um período de retorno de 7 anos.

Orientação em relação a posição solar

Analisando a melhor orientação em relação a posição solar, é possível melhorar o conforto térmico e assim reduzir o consumo de energia. Dessa forma a fachada principal deve estar orientada para o sol. Segundo pesquisas realizadas por Simos Yannas em Solar Energy and Housing Design (1994 apud HEYWOOD, 2015), o consumo de energia em uma moradia dobra se as janelas não estiverem voltadas para o sol.

Dessa forma, segundo Heywood (2015), as janelas (no Hemisfério Sul) devem estar voltadas para o norte, caso contrário, criam um problema de energia significativo. Além disso, o autor sugere, que salas de estar e jantar, dormitórios, gabinete de trabalho, considerados os principais da moradia, tenham aberturas para as orientações Norte, Nordeste e Leste. Já cômodos secundários ou de permanência transitória, como escadas, depósitos, garagem, entre outros, são os principais indicados para a orientação sul.

Essas análises são indicadas para climas subtropicais, como no sul do Brasil, onde se deseja aquecimento natural nos quartos devido ao inverno rigoroso. Já em climas tropicais, como no norte e nordeste brasileiro, a lógica se inverte. Nessas regiões, o ideal é buscar por cômodos principais da moradia orientados para a região sul, pois apresentaram temperaturas mais amenas em relação aos orientados para a direção norte.

Estudo da topografia

O estudo da topografia, da presença de vegetação, de barreiras edificadas e de água nas proximidades permite identificar os elementos que podem ser explorados e os que devem ser evitados como possíveis estratégias bioclimáticas a serem consideradas no projeto.

Por exemplo, em um terreno localizado na face norte de uma colina (no hemisfério sul) pode apresentar oportunidades excelentes para se usar energia solar na calefação de ambientes, aquecimento de água e geração de eletricidade. Já um terreno localizado na face sul da colina, estaria sob efeito da sombra do morro e não teria as mesmas vantagens. Além disso, edificações ao entorno podem bloquear a incidência do sol, o que pode dificultar a geração de energia por arranjos fotovoltaicos.

Ventilação natural

portas de vidro abertas

A ventilação natural já era empregada desde o início da história da arquitetura para amenização de altas temperaturas internas, em localidades de climas quentes. Além de resfriar e aquecer o ar, a ventilação tem como objetivo de remover os poluentes do ar, odores e vapor d’água.

Segundo Figueiredo e Frota (2007), no artigo Ventilação Natural para Conforto Térmico em Edifícios de Escritórios – Avaliação com Modelos Adaptativos, os usuários toleraram maiores flutuações nas condições ambientais se tiverem maior controle sobres elas. Isso significa que, as flutuações na temperatura, que ocorrem durante o dia em construções com ventilação natural, podem produzir sensações de conforto com temperaturas do ar significativamente mais altas que aquelas preferidas sob condições constantes em ambientes com ar condicionado. Desta forma, a zona de conforto pode ser ampliada.

Escolha da cor

casas na praia da Grécia

A escolha da cor da habitação é um fator que ajuda no controle de temperaturas em climas quentes. De acordo com Silver e Mclean, em sua Introduction to Architectural technology (2008 apud HEYWOOD, 2015) uma tinta branca resultará em uma refletância de 85%; uma cinza claro 70% e um carpete escuro 10%.  Os autores sugerem valores de refletância de, pelo menos 50% nas paredes, 70% nos tetos e 30% nos pisos. É por causa da reflectância que em países como a Grécia a maioria das casas apresentam coloração branca. Colorações escuras absorvem mais calor, o ambiente fica mais quente e consequentemente demandam mais energia artificial, enquanto as colorações claras absorvem menos calor e contribuem com a propagação da luz natural.

Isolamento térmico em esquadrias

O Isolamento térmico das esquadrias, principalmente em janelas contribui para o controle de temperatura, conforto térmico, e por fim, economia de energia.  De acordo com Pelsmakers (2012 citado por HEYWOOD, 2015) a medida de redução de consumo de energia mais econômica em locais de clima temperado ou frio, além de mudar o estilo de vida (manter as janelas fechadas no frio, por exemplo), é isolamento térmico do sótão, paredes e coberturas. A substituição de janelas de vidros simples por outras de alto desempenho, com vidros duplos ou triplos, resultará em redução no consumo de energia em até 40%.

Fica evidente que existem diversas maneiras de reduzir o consumo de energia na construção civil. Não é preciso de muito para ser sustentável. Se quiser saber mais sobre sustentabilidade, confira esse blog que a Alcance preparou.

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