As primeiras evidências de guerras datam por volta de 2525 a.C. na região da Suméria, atual sudeste do Iraque. Segundo historiadores, os conflitos se davam pela obtenção de matéria-prima para a prática da agricultura, questões territoriais e domínio político. A partir desse período começaram a se estruturar as cidades-estado e as construções de muros para sua proteção. Assim, observa-se o início da influência dos conflitos entre populações no desenvolvimento da Engenharia Civil.
As primeiras proteções
Assim como os muros das cidades-estado, estruturas semelhantes foram construídas nos mais diversos momentos da história, a fim de proteger os povos que habitavam no seu interior. Alguns exemplos são a Muralha da China (220 a.C.), a Muralha de Dubrovnik, na Croácia, (séc. XII – XVII) e o Muro de Berlim (1961). Elas influenciaram nos processos de delimitação de fronteira dos países, impactando na geografia e culturas dos locais até os dias de hoje.
Outras formas de defesa foram desenvolvidas com o auxílio da Engenharia Civil, como pontes levadiças, o entorno dos castelos, fortificações militares e bunkers. Ainda, contando com a utilização de materiais e tecnologias cada vez mais eficientes, com custo-benefício e velocidade antes inimagináveis.
Influência nas construções urbanas
O avanço tecnológico dos meios ofensivos e defensivos nas guerras fez com que muitos métodos inicialmente utilizados para construções de guerra, fossem agora úteis na Engenharia Civil. Como após a Segunda Guerra Mundial, que mediante o cenário de destruição, se fez necessária a industrialização dos processos da Construção Civil, desencadeando o surgimento de estruturas de concreto pré-fabricado. Essas estruturas se encaixam dentro do grupo de uma das maiores tendências da Engenharia Civil atualmente: os Sistemas Construtivos Modulares, que tornam a construção de determinadas estruturas cada vez mais rápida e econômica.
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Relação com a Guerra na Ucrânia
Sendo mais uma herança das guerras, com o intuito principal de proteger a população contra bombardeios, os porões passaram a fazer parte da arquitetura e engenharia das construções, como residências, prédios e hospitais. Essas instalações são comuns em países do Oriente Médio, Europa e América do Norte.
No segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia (26/02/2022), diversos canais noticiaram que os civis em Kiev, capital do país invadido, estariam se abrigando em porões devido às explosões e rajadas de tiros, comprovando a necessidade nessas ocasiões.
Já o impacto econômico do confronto na Engenharia Civil em âmbito global, tem o aumento do preço das commodities como seu principal representante. Muitos produtos incluídos neste grupo, como o aço, fazem parte das matérias primas da indústria da construção civil. Assim, é criada uma demanda por novos fornecedores e tecnologias mais baratas e eficientes. Consequentemente, as inovações tendem a ganhar espaço no mercado.
Tecnologias de guerra empregadas na Engenharia
Como o Brasil não é um país onde ocorreram batalhas das grandes guerras, não é comum perceber influências diretas no modo como as construções são feitas. De fato, os produtos de guerra que mais contribuem para a Engenharia Civil foram fruto de grandes avanços em outras áreas. Os computadores, que começaram a ser desenvolvidos durante a segunda guerra mundial, facilitam e potencializam a construção civil em inúmeras situações: cálculos, representação gráfica dos mais diversos projetos, planejamento da obra, armazenamento de informações e mais uma infinidade de utilidades.
Outra criação de guerra: O GPS, em inglês Global Positioning System, conhecido por sua função no trânsito, mas também tem sua aplicação na Engenharia Civil. Uma das partes de um Projeto Topográfico é o Georreferenciamento, que se utiliza das coordenadas fornecidas por um GPS para localizar o terreno. Atualmente, o Georreferenciamento é obrigatório para incluir um imóvel no Cadastro Nacional de Imóveis Rurais. Portanto, ele é indispensável para a legalização de um imóvel rural.
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Possíveis inovações
Apesar de todas as consequências sociais devastadoras, alguns líderes ainda consideram a guerra como uma alternativa para obtenção de domínio e poder. Sendo assim, os países continuarão aprimorando seus métodos de guerra.
São alguns pontos nos quais a Engenharia Civil tende a se desenvolver:
A tecnologia dos concertainers, que foi elaborada pelo exército inglês, tem sido utilizada no conflito entre a Bósnia e Kosovo, com a função de proteger helipontos, depósitos de gasolina e fazer barricadas contra viaturas rivais de forma rápida e barata. Os concertainers são grandes caixas de tela metálica, que podem ser transportados com facilidade, e sua montagem e preenchimento podem ser feitas por dois militares. Quando montados, possuem 10 metros de comprimento, 1,6 metros de altura e 1,2 metros de largura. Essas placas são preenchidas com o solo natural do próprio local, e podem muito ajudar a Engenharia Civil na construção de reservatórios de água e controle de cheias de rios.
Outra tecnologia que está sendo desenvolvida pelo exército Alemão visa a melhoria da trafegabilidade em terrenos de pouca resistência. Trata-se de uma “estrada portátil”, que se assemelha a tapetes de chapas metálicas. Sua utilidade militar se assemelha muito à sua utilidade social: facilitar o acesso a áreas onde o solo não permite locomoção de grandes automóveis, podendo ser muito útil para países como o Brasil por exemplo, que possui populações vivendo em áreas inacessíveis via terrestre. Sendo assim, no caso de alguma emergência ou alguma necessidade, a ajuda pode chegar não só pelo ar ou pelos rios, mas também por meio de estradas.
Agora que você sabe como a Engenharia Civil sofreu influências pelos mais diversos conflitos da história, reconhecer e valorizar os métodos empregados na construção civil ficou ainda mais descomplicado!
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